Martin Shkreli, a controversa figura mais conhecida como “Pharma Bro” por ter aumentado de forma exorbitante o preço de um medicamento para a SIDA, está novamente em apuros com a justiça. Desta vez, o motivo é a apropriação indevida de segredos comerciais relacionados com o álbum único dos Wu-Tang Clan, “Once Upon a Time in Shaolin”.
Numa decisão recente, a juíza do Tribunal Distrital dos EUA, Pamela Chen, determinou que Shkreli terá de enfrentar um processo judicial que o acusa de ter guardado cópias do álbum e de o ter reproduzido para os seus seguidores, diminuindo assim o seu valor e exclusividade.
A história rocambolesca de um álbum único
A ação foi movida pela PleasrDAO, um coletivo de entusiastas de criptomoedas, NFTs e arte digital. A história da posse do álbum é, no mínimo, peculiar. Shkreli comprou a única cópia existente do álbum de estúdio em 2015 por 2 milhões de dólares. No entanto, após uma condenação por fraude, foi forçado a abdicar dos seus bens, incluindo a obra musical. Foi então que a PleasrDAO adquiriu o álbum num leilão do governo por 4 milhões de dólares.
Para além da sua natureza exclusiva, o álbum vem com uma condição muito específica: não pode ser “comercialmente explorado durante 88 anos” por nenhum dos seus proprietários. É aqui que reside o cerne da questão.
A provocação que pode sair cara
O argumento do coletivo baseia-se em alegações de que Shkreli admitiu em transmissões ao vivo ter feito cópias do álbum e tê-lo tocado para os seus seguidores. A situação agrava-se com uma suposta provocação online, onde, em resposta a um membro da PleasrDAO que publicou uma foto do álbum, Shkreli terá comentado: “LOL, eu tenho os MP3, seu idiota”.
Se a PleasrDAO sair vitoriosa deste processo, Martin Shkreli será obrigado a entregar todas as cópias que possui do álbum. Além disso, terá de fornecer informações detalhadas sobre todas as cópias feitas, a quem foram distribuídas e quaisquer lucros que tenha obtido com a sua partilha.
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